Viarco Express VIARCO EXPRESS
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O início do projecto
Sobre a Viarco
Cronologia
O lápis exquisito
  Em 1925, em Paris, os surrealistas franceses inventaram o esquisito jogo do cadavre exquis: escreviam ou desenhavam o que lhes apetecia, dobravam a folha e passavam ao seguinte que, sem saber do início, prosseguia a frase ou o desenho; e assim por diante, de mão em mão, até à surpresa final, desdobrada a superfície e contemplado o resultado. O Viarco Express também é um jogo, o jogo do crayon exquis. Agora é o lápis e não a folha o continuum lúdico, um lápis que anda de mão em mão a desenhar como imagina quem o segura.

É um lápis Viarco, nada mais justo. Tem disso o hábito, pois passa de geração em geração desde que a marca nasceu, em 1936. A fábrica já existia desde 1907, em Vila do Conde, com o nome Portugália; mas apenas em 1931 é adquirida por Manoel Vieira Araújo, proeminente industrial de São João da Madeira, que a rebaptiza e deslocaliza com o nome e para o local que hoje conhecemos. E, tantas décadas passadas, ainda na mesma
família, ela continua a ser, gloriosamente, a única fábrica portuguesa de lápis.

É um crayon exquis e não um cadavre exquis este lápis Viarco, afirmo. Contrariando todos os cépticos
que olham para as fábricas e marcas antigas portuguesas com arrogância de autópsia, como estruturas produtivas decrépitas e condenadas com desdém e pragmatismo pela globalização-papão, confirmo. Olho para a história da Viarco e distingo experiência e persistência, descubro-lhe manufactura e especialidade. É isso que lhe dá a vantagem da versatilidade, a facilidade da personalização, a possibilidade da diferença
num mundo de gigantes iguais. Olho também para os portugueses a olharem para as embalagens antigas da Viarco que, em parceria, reeditámos nos seus 70 anos e quase tacteio o intangível que todas as marcas procuram desesperadamente: um produto que se tornou, mais do que uma memória, uma história contada por cada um de nós. Uma madalena em cada Proust que há em nós.

Nada disto valeria sem audácia e visão. Com imenso esforço e muita criatividade, a Viarco de hoje continua a (ar)riscar o seu futuro. Lança produtos inovadores como o ArtGraf, cede espaços desactivados a artistas, cria redes para inventar exposições como esta. Enquanto assim for, vive a Viarco. E por isso Viva a Viarco!

Catarina Portas
A Vida Portuguesa
 


 


 
 
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