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Pedro Cabrita Reis Ricardo Pistola Mafalda Santos Mariana Moraes Isaque Pinheiro Rute Rosas João Baeta Samuel Silva Luís Figueiredo Pedro Barbosa.
   
 

  Se dependesse do primeiro nome da lista, este seria sem dúvida o mais curto dos percursos. Pedro Cabrita Reis assumiu desde o primeiro momento que não passaria o lápis. Porquê? Nas palavras do próprio:“ (…) primeiro, porque não me dou com ninguém; segundo, ao passar o testemunho a outros numa acção colectiva estaria a falsificar o meu entendimento sobre as coisas. Isso [a cumplicidade e a afectividade] é uma fricalhada.” Directo, honesto e intransigente, assim se revela Cabrita Reis, um nome maior da arte contemporânea portuguesa. Um dos percursos mais coerentes e complexos do panorama nacional, o caminho trilhado por Pedro Cabrita Reis é a todos os níveis extremamente pessoal, bem como um dos mais completos, sendo um artista multifacetado que se move com igual agilidade e inteligência na pintura como na escultura, na instalação como na fotografia.

Dada a recusa de Cabrita Reis em entrar no jogo, coube a Daniel Pires, director do Maus Hábitos, reiniciar o processo. Este é, de resto, o lápis mais próximo desse espaço, tendo todos os artistas seguintes passado por lá. Desde o momento inicial em 2001 que o Maus Hábitos começou a configurar-se como uma peça fundamental no processo de solidificação da cena artística independente que emergiu no fim do século XX na cidade do Porto e que tem vindo a atingir a maturidade nos últimos anos. Foi à volta deste e de outros abrigos incontornáveis que, nos seus anos formativos, orbitaram os nomes que se seguem.

Num processo que denota as sinergias implícitas do projecto VIARCO Express, decidiu-se passar o lápis
a Ricardo Pistola, artista natural de São João da Madeira, onde desenvolve o seu trabalho. A passagem a
Mafalda Santos e Mariana Moraes e o percurso subsequente do lápis denota os fortes laços de amizade e
cumplicidade de um grupo em que todos se conhecem bem, partilhando projectos, ideias e espaços ao longo dos anos. Mafalda Santos e Mariana Moraes conhecem-se desde a adolescência, período durante o qual foram colegas na Escola Artística Soares dos Reis, e todos têm em comum a passagem pela FBAUP. A Faculdade de Belas Artes do Porto é, aliás, comum a sete dos nove nomes que compõe esta segunda parte da lista; apenas Isaque Pinheiro e João Baeta não têm uma ligação directa com esta instituição.

É justamente a Isaque Pinheiro que o lápis chega após passar por Mariana Moraes. Sendo um dos três sócios do Maus Hábitos, a sua presença e contacto com os restantes nomes é perene. A ponte entre a FBAUP e o Maus Hábitos é uma via de dois sentidos constantemente cruzada; Isaque passa o lápis a Rute Rosas, professora assistente do departamento de escultura da FBAUP, a qual o transmite a João Baeta, um dos fundadores dos Maus Hábitos. Baeta trabalha também como programador para o Espaço Ilimitado, um dos muitos projectos ligados à difusão artística que marcam o meio na cidade do Porto. O lápis chega então a Samuel Silva, escultor da novíssima geração da FBAUP, cujo trabalho esteve exposto justamente no Espaço Ilimitado (Retrospectiva, 2009). Samuel Silva passará o lápis a Luís Figueiredo; ambos coincidiram na colectiva Está a Morrer e Não Quer Ver (2009), comissariada por Manuel Santos Maia para o Espaço Campanhã. O lápis chegará a bom porto com Pedro Barbosa, que em comum com Luís Figueiredo tem o projecto colectivo Atelier do Rato Fusível.

O mapa construído pelo percurso deste lápis é exemplar do tipo de dinâmica artística que tem vindo a ser
desenvolvida no Porto nos últimos 10 anos, seguindo uma lógica colectivista e de iniciativa própria, criando espaços autónomos e uma rede intrincada de contactos que não se restringe nem ao Porto, nem a Portugal.É interessante notar aquilo que é, de certa forma, a institucionalização da independência como paradigma de trabalho. O arquipélago como resposta à ilha, a rede como resposta à linha directa, naquilo que se prefigura como um futuro possível da arte contemporânea em Portugal.
 


 
 
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