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Manuel Graça Dias Egas José Vieira Nuno Vidigal Pedro Ravara Ana Vidigal Francisco Vidal Rita Guedes Tavares Joen P-Vedel Yasuto Masumoto Rasmus.
   
 

  O lápis entregue a Manuel Graça Dias começou por fazer um circuito fechado entre dois gabinetes de
arquitectura unidos por laços familiares. Egas José Vieira, sócio de Graça Dias no Atelier de Arquitectura
Contemporânea
, é irmão de Ana e Nuno Vidigal, que por sua vez desenvolve com Pedro Ravara o projecto
Baixa, Atelier de Arquitectura.

Entre relações de cumplicidade familiar e profissional, é nas mãos da pintora Ana Vidigal que o lápis escapa definitivamente à lógica que rege as trocas anteriores. Decidida a passar o testemunho a um artista jovem, escolhe o nome de Francisco Vidal. Entre ambos não existe outra relação que a de coincidirem no trabalho com a Galeria 111.

Na altura em residência num apartamento da galeria, o artista passa o lápis a Rita GT, com quem então vivia e era colega na Escola Maumaus. A partir desta troca movida por razões de cumplicidade e proximidade, a artista decide entregar o testemunho a alguém que não tenha qualquer relação com a marca de lápis Viarco. A escolha é o artista dinamarquês Joen P-Vedel, que na altura frequentava também a Maumaus, escola de onde o lápis não vai ter oportunidade de sair antes de completar a lista de dez nomes.

Esta fase do percurso do lápis caracteriza-se por relações dominadas pela escola. Ainda que não se possa
falar de família ou de proximidade estética e conceptual, existe a imagem da turma e de laços de simpatia e cooperação entre todos estes artistas. Yasuto Masumoto (Japonês) e Rasmus (Dinamarquês) participavam também no programa independente de estudos da Escola Maumaus. De Francisco Vidal a Rasmus, todos os artistas que usaram o lápis têm em comum a escola e o nome do seu director, Jürgen Bock. Jovens criadores de expressões distintas e com discursos assumidamente contemporâneos, representam fielmente uma imagem de contemporaneidade. Poucos estão hoje no seu país de origem e, apesar da juventude, todos possuem percursos sólidos que os distinguem no meio internacional.

Embora haja diferenças fundamentais nas razões que assistiram cada uma das passagens de testemunho no percurso deste lápis, existe uma continuidade inegável que aproxima os conceitos de família, turma e galeria. Definindo duas gerações, a trajectória do lápis delineia dois grupos que se constroem e mantêm através de relações de cumplicidade nascidas no âmbito da escola ou da universidade.

As relações familiares entre os primeiros nomes criaram um movimento orbital entre dois grandes ateliers
de arquitectura de Lisboa. De um para outro, o lápis visitou e voltou a visitar os mesmos espaços. Apesar da linearidade com que o percurso é apresentado, nas entrevistas confirmou-se este vaivém, só interrompido pela opção de Ana Vidigal, a partir do qual o lápis, ainda que girando em torno de um centro de atracção tão forte como a escola Maumaus, entra num estado de difusão. Porque ainda que haja uma centralidade que comande a troca, a tipologia das relações que aqui retrata é menos consistente e mais difícil de localizar. Esta vertente da análise é verificável tomando atenção aos trabalhos produzidos e às diferentes linguagens e estratégias; se no primeiro grupo existe uma coerência que não exclui diversidade, no segundo encontramos esforços de diferenciação individual que eliminam a hipótese de uma harmonia de conjunto. Uma diferença que sublinha a importância de aprendizagens distintas e que revela duas idades e duas estratégias de relacionamento.

Neste sentido, compreende-se que os cinco últimos nomes não cheguem a definir um grupo. Eles surgem
como expressão de um momento particular, que terá acontecido ao longo do ano de 2007, durante o qual
estes artistas se cruzaram nos seus percursos. É provável que tal não volte a acontecer. No campo das
probabilidades, este lápis atingiu uma velocidade de escape: partindo do núcleo sólido definido entre os
nomes de Graça Dias e Ana Vidigal, conseguiu medir um universo em constante revolução, caracterizado pela novidade e pela efemeridade das relações.
 


 
 
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